quinta-feira, 8 de abril de 2010

Filmes e Poesia

Alguns filmes não são apenas diversão, como todos sabemos. Mas muitas vezes eles também conseguem transpor barreiras ou linguagens, são diferentes e únicos.

A relação entre filmes e poesia surgiu na minha cabeça, creio, pelo fato de a poesia, apesar de bela, muitas vezes ser uma leitura difícil, complexa e destituída de ritmo para leitores (como eu) acostumados com livros de ficção e com narrativa fluente.

Este também pode ser o caso de alguns filmes, e dois deles me chamaram a atenção recentemente por me provocarem este sentimento.

"Bright Star" (ou Brilho de Uma Paixão, como deve ficar o título nacional) é um filme tipicamente poético. Aliás, ele realmente o é sobre um poeta, o inglês John Keats. O filme romanceia sua vida amorosa com Fanny Brawne em seus últimos anos de vida. O projeto é conduzido por Jane Campion, sempre uma diretora interessante, e o duo de atores centrais Ben Whishaw e Abbie Cornish está magnífico. O filme esteticamente é belíssimo, lindas imagens e um profundo sentido poético podem ser observados pelo espectador. Não é, contudo, um filme fácil, já que o ritmo é lento e por vezes chega ele chega a ser declamado demais. Mas sua beleza e sensibilidade são inegáveis.

"Onde Vivem os Monstros" também considerei um filme extremamente poético. Spike Jonze conseguiu imprimir sua marca clássica de estranheza e um pouco bizarra mas não deixou o filme soar apenas excêntrico. É um belo retrato sobre a infância e a solidão de um garoto (o ótimo Max Records) que encontra num mundo imaginário uma forma de se integrar e dar sentido a sua breve, porém importante existência. O filme não é muito atrativo para crianças, mas para adultos pacientes com seu ritmo relativamente lento, é com certeza uma produção capaz de emocionar e fazer pensar.

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